O Truque de Mestre: 3º Ato (EUA, 2025)
Título Original: Now You See Me: Now You Don’t
Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Seth Grahame-Smith, Michael Lesslie e Rhett Reese
Elenco principal: Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco, Isla Fisher, Mark Ruffalo, Morgan Freeman, Justice Smith, Rosamund Pike, Ariana Greenblatt e Dominic Sessa
Duração: 112 minutos (1h 52 min)
Distribuição: Paris Filmes
Após um primeiro filme com uma recepção de relativo sucesso e uma segunda obra com menos aprovação da crítica e do público, a franquia Truque de Mestre decidiu seguir realizando novas obras. Se agora temos o 3º Ato, este próprio filme já dá indícios que a saga continuará, mas aos poucos o sucesso da primeira obra vai se tornando insustentável para seguir com toda uma franquia.

Começamos a obra com um grande truque de mágica que mistura truques à moda antiga com tecnologia de ponta. Mais do que isso, descobrimos que o encontro entre os Cavaleiros foi apenas uma ilusão de ótica criada por um grupo de jovens mágicos criado por Bosco (Dominic Sessa), June (Ariana Greenblatt) e Charlie (Justice Smith). Mas, como é de se prever na ficção, eles conseguem atrair a atenção do mestre dos mágicos J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg) para juntar forças em um novo roubo milimetricamente planejado. Assim, tentando desmascarar a herdeira de minas de diamantes Veronika Vanderberg (Rosamund Pike), muitos membros da antiga equipe acabam se juntando em uma trama onde nada é o que parece.
Ou, pelo menos, essa é a promessa – pois infelizmente, já acostumados com a lógica dos filmes anteriores, se torna um tanto óbvio o modo como esse roteiro vai sendo executado. Golpes dentro de golpes, mágicas dentro de mágicas, todos os elementos que causaram surpresas em outros momentos aqui são reciclados e utilizados à exaustão até o ponto em que o público se cansa da quantidade de reviravoltas.
A direção de Ruben Fleischer foi capaz de abalar o público em Zumbilândia (2009) e tornou o filme em um clássico imediato. No entanto, aqui, ela parece menos inspirada e mais voltada ao funcionamento genérico dos grandes estúdios. Mesmo com as muitas locações extremamente divertidas e cinematográficas, parece que existe uma direção que segue uma cartilha para ser sempre correta e nunca ousada. Apenas nas cenas de luta que acontecem movimentações mais inspiradas, principalmente quando lida mais com a imaginação dos espectadores do que com as acrobacias.
O que se torna o ponto alto da obra é a integração do novo elenco ao elenco já existente. Tanto nas pequenas brigas de ego que acontecem entre membros que ocupam lugares parecidos na formação antiga e na nova e até no modo em que eles conseguem integrar tecnologia aos elementos mais mecânicos da mágica, no geral ali está o ápice da diversão da obra. Mesmo com os textos extremamente expositivos, até os atores menos experientes conseguem segurar os seus personagens em alguma âncora com a realidade. É um infortúnio que a excelente atriz Rosamund Pike seja a exceção neste caso. Desde o sotaque forçado da África do Sul até o papel pouco carismático de vilã sem intenções além de uma simples maldade, há pouco material com o qual se trabalhar. Assim, o filme acaba parecendo um desvio em sua ótima cinematografia.
Mesmo sendo capaz de divertir pelo simples fato de ser um filme sobre mágica, algo que encanta pessoas desde os primórdios, a obra acaba parecendo um amontoado de pequenos elementos simples que, quando montados em uma obra de quase duas horas, são como esquetes às quais falta a cola de um bom filme. E, já com a previsão de uma quarta obra sendo adicionada à franquia e uma clara abertura para isso com o andamento deste filme, resta-nos esperar que haja alguma inovação para essa continuação.




