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Foto do escritorCarol Ballan

Crítica | 77º Festival de Locarno | Death Will Come

Death Will Come (Alemanha, Luxemburgo e Bélgica, 2024) 


Título Original: La Mort Viendra

Direção: Christoph Hochhäusler

Roteiro: Christoph Hochhäusler e Ulrich Peltzer

Elenco principal: Sophie Verbeeck, Louis-Do Lencquesaing, Marc Limpach, Mourade Zeguendi, Nassim Rachi e Hilde Van Mieghem

Duração: 101 minutos


Um mafioso com problemas de fluxo de caixa. Um casal estranho que quer investimentos para a produção de seu combo de bonecas sexuais realistas e jogos de realidade virtual. Uma prostituta que sofre agressões. Uma detetive impiedosa. Uma cafetina cega. Um transportador de obras de arte recheadas de dinheiro. A máfia italiana. E, no meio disso tudo, uma tentativa de fazer um filme.


cena do thriller la mort viendra

Se tudo parece um pouco confuso, é porque o filme realmente é confuso. Mais do que ter um enredo um tanto desconexo e cenas boas, mas que não fazem sentido em uma narrativa que parece clássica e linear, ele é confuso com os seus objetivos. Por vezes, ele beira uma sátira europeia do thriller policial estadunidense. Por outras, se leva extremamente a sério e parece querer fazer comentários sérios sobre, por exemplo, agressão doméstica. Sem saber muito bem o que é, ele segue tentando e raramente conseguindo fazer alguma coisa inovadora e interessante


Em meio a essa confusão, é contada uma história sobre Tez (Sophie Verbeeck), uma mulher contratada em Paris para investigar um assassinato ocorrido em Luxemburgo. Essa trama principal vai trazendo uma miríade de personagens que parece merecer um longa-metragem focado em cada um deles. Ao invés de explorar profundamente qualquer personalidade criada, ele apenas circula por essas diversas ideias sem nunca ousar refletir sobre os personagens. Ele assume um ritmo de ação sem possuir a capacidade de produção de tal, gerando momentos quase vergonhosos de perseguição sem tensão e ameaças a personagens com os quais não nos importamos como público.


O elenco é uma das partes que funciona melhor, com Verbeeck conseguindo trazer à tona essa mulher metódica e competente necessária para a evolução da trama. Em uma cena em particular na qual ela flerta com uma garçonete, há uma delicadeza que falta no resto da obra e que é obra clara da boa atuação. Delphine Bibet também consegue criar uma personagem interessante com a cafetina cega que parece estar equilibrando uma porção de pratos ao mesmo tempo e fazendo alguns mecanismos girarem. Talvez se esse universo feminino fosse abordado de maneira mais elaborada, o longa conseguisse se destacar de uma maneira menos óbvia que o caminho escolhido pelo diretor, pois há boas ideias para essas personagens.


Sem ritmo e sem causar um grande impacto no público, o filme apela para o uso de um plot twist final para causar um impacto final e deixar alguma impressão. Infelizmente, nem a alteração da narrativa é suficiente para que o filme ganhe impacto. Ele segue como essa obra morna e que é facilmente esquecida assim que os espectadores saem da sessão de cinema.


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