Sorria 2 (EUA e Canadá, 2024)
Título Original: Smile 2
Direção: Parker Finn
Roteiro: Parker Finn
Elenco principal: Naomi Scott, Kyle Gallner, Drew Barrymore, Elizabeth Riley, Ray Nicholson, Lukas Cage, Dylan Gelula e Peter Jacobson
Duração: 127 minutos
Distribuição Brasileira: Paramount
O mundo das cantoras pop nunca esteve tão mal assombrado. Passando de um ano com a subaproveitada Lady Gaga em Coringa: Delírio a Dois à amaldiçoada cantora Skye Riley e sua entidade demoníaca sorridente, os palcos e canções estão em um momento assustador.
Sorria, o filme que deu origem a esta sequência, conseguiu sair da bolha dos aficionados do terror e gerar uma boa bilheteria internacional. Esse êxito comercial somado a um final com um gancho para continuação, fazem com que a existência de Sorria 2 não seja uma surpresa, mas seria difícil prever o êxito de Parker Finn em criar uma continuação.
O filme já se inicia com uma cena de ação que deixa claro que a entidade invocada na primeira obra permanece em circulação, com a possibilidade de permanecer aterrorizando muitas pessoas. A obra faz um ótimo trabalho ao não permanecer se explicando eternamente, mas sim em seguir com o que foi desenvolvido no primeiro longa e expandir esse universo para novas aplicações. Não há nada de muito inovador na mecânica que causa o horror, mas há uma execução muito bem decupada e que consegue surpreender e entreter na mesma medida.
Com muito mais possibilidades ao ter o orçamento dobrado, utiliza-se a estética da fama para tratar de uma história que mistura a pressão social com o elemento sobrenatural. A protagonista é uma cantora pop que está passando por uma reabilitação de corpo e alma quando sofre um acidente com o seu companheiro, ocasião na qual ele morre. Assim, consegue-se criar uma luta interna mais dúbia e que deixa possibilidades abertas para o espectador, saindo da obviedade possível dentro do horror.
Por estar dentro do universo do canto e dança, a obra também aumenta suas possibilidades de utilização de personagens e cenários. Entre roupas glamourosas e locais clássicos de Nova Iorque, uma das grandes adições é o uso da dança tanto para encantamento do espectador quanto, depois, para assustá-lo. Com essas maiores possibilidades, o diretor consegue brilhar ao trazer mais elementos que causam desconforto, de sequências que parecem pesadelos com dançarinos no corredor até às incertezas de todos quanto à saúde mental de Skye. Cria-se um universo angustiante no qual queremos poder ajudar a personagem, mesmo sabendo que isso seria impossível. E, por nos mostrar apenas o suficiente para criar mais curiosidade, mas não estragar todo o mistério por trás da entidade, abrem-se as portas para mais continuações.
Abrindo ainda mais chances para que este se torne um universo expandido, Parker Finn mostra que sabe dirigir ótimas sequências de susto sem deixar de lado toda a ambientação do longa-metragem. Agora, as expectativas por essas possíveis continuações serão elevadas, assim como outros movimentos da carreira do diretor.
Comments