Crítica | Missão: Impossível – Protocolo Fantasma

Missão: Impossível – Protocolo Fantasma (Reino Unido, 2011)

Título Original: Mission: Impossible – Ghost Protocol
Direção: Brad Bird
Roteiro: Bruce Geller, Josh Appelbaum e André Nemec
Elenco principal: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg, Paula Patton, Michael Nyqvist, Vladimir Mashkov, Samuli Edelmann e Léa Seydoux
Duração: 132 minutos

O recomeço que redefiniu uma franquia inteira.

Quando Tom Cruise e o diretor Brad Bird se uniram para dar continuidade à franquia Missão: Impossível, talvez não imaginassem que estariam estabelecendo as bases do que viria a ser a fase mais consistente e elogiada da série. Protocolo Fantasma não apenas resgata elementos que marcaram os capítulos anteriores — como o suspense do original ou a fisicalidade explosiva do segundo  —, mas também inaugura uma nova abordagem: a de um universo coeso, com continuidade e identidade própria.

O filme marca um ponto de virada ao assumir um tom mais equilibrado, onde ação, drama e humor coexistem com naturalidade. Pela primeira vez, os colegas de Ethan Hunt não são apenas coadjuvantes funcionais, mas personagens com trajetórias próprias. Essa decisão narrativa traz profundidade ao time e contribui para um dinamismo que se tornaria padrão nos longas seguintes.

A estrutura do roteiro é objetiva e direta, mas jamais apressada. A jornada que conduz a equipe de Moscou a Dubai e, posteriormente, a Mumbai, é construída com fluidez admirável. A já clássica sequência no Burj Khalifa, em Dubai, permanece como uma das mais impactantes de toda a saga, não apenas pelo espetáculo visual, mas pela tensão perfeitamente calibrada.

Há ainda espaço para reviravoltas discretas, especialmente em torno do personagem Brandt, interpretado por Jeremy Renner. Seu vínculo com Ethan adiciona uma camada de complexidade emocional que culmina na resolução agridoce do relacionamento entre Ethan e Julia, retomando com sensibilidade o dilema apresentado no terceiro filme. Mesmo com a ausência sentida de Luther (Ving Rhames), a carga dramática é bem distribuída.

Tecnicamente impecável, o longa é provavelmente o mais equilibrado da franquia: ágil, visualmente elegante e com ritmo certeiro. É curioso saber que Christopher McQuarrie participou da revisão do roteiro, já que muito do que funcionou aqui foi expandido nos títulos que ele dirigiu depois.

Missão: Impossível – Protocolo Fantasma não é apenas um ótimo filme de ação; é o alicerce sobre o qual toda a nova fase da franquia foi construída. E que alicerce.

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