Crítica | Superman II: A Aventura Continua

Superman II: A Aventura Continua (Estados Unidos, Reino Unido, 1980)

Título Original: Superman II
Direção: Richard Lester (com cenas dirigidas por Richard Donner)
Roteiro: Mario Puzo (baseado em personagens de Jerry Siegel e Joe Shuster)
Elenco principal: Christopher Reeve, Gene Hackman, Margot Kidder, Terence Stamp, Sarah Douglas, Jack O’Halloran, Ned Beatty, Jackie Cooper, Valerie Perrine, Susannah York e Marc McClure
Duração: 127 minutos
Disponível em: HBO Max

Existe uma confiança em Superman II – A Aventura Continua de que aquilo que funcionou no filme anterior seria suficiente para sustentar uma sequência, mas não é bem o que acontece. Ainda que o longa carregue em si parte do charme e da estrutura emocional de seu antecessor, especialmente no que diz respeito à relação entre Clark Kent e Lois Lane, que é seu eixo dramático mais bem desenvolvido, há uma clara dificuldade em equilibrar essa intimidade com a grandiosidade que se espera de um novo embate heroico.

O trio de antagonistas apresentado brevemente no primeiro filme aqui ganha destaque, mas sem muito impacto. Há uma limitação evidente, tanto em construção narrativa quanto em encenação, de como o confronto entre seres superpoderosos poderia ser encenado dentro dos recursos técnicos da época. A proposta de elevar o conflito a um nível cósmico encontra barreiras no modo como a ação é filmada, o que esvazia parte da tensão dramática e da ameaça que esses vilões poderiam representar. Para compensar, o filme opta por um tom mais escancaradamente cômico, uma comédia que por vezes abraça o pastelão, o que distancia a obra do tom mais pontual e elegante do humor visto anteriormente.

Ainda assim, o filme não se perde completamente. Há ali uma consciência emocional que persiste: o dilema de Clark, dividido entre o dever heroico e o desejo de uma vida ao lado de Lois, confere ao longa alguma espessura. Mas é notável que, fora esse núcleo, muitos elementos são apenas funcionalmente inseridos, com resoluções apressadas e motivações frágeis.

Superman II não fracassa em seu todo, mas tropeça ao tentar manter o equilíbrio entre o épico e o íntimo, entre o espetáculo e o sentimento. Fica a sensação de um filme que entende o que deve preservar, mas ainda tateia sobre como renovar sua própria mitologia.

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