Crítica | Meu Ano em Oxford

Meu Ano em Oxford (EUA, 2025)
Título Original: My Oxford Year
Direção: Iain Morris
Roteiro: Alisson Burnett, Melissa Osborn (baseados na obra de Julia Whelan)
Elenco principal: Sofia Carson, Corey Mylchreest, Dougray Scott, Catherine McCormack, Harry Trevaldwyn, Esmé Kingdom
Duração: 1h52min (112 minutos)
Disponível em: Netflix

Meu Ano em Oxford é um romance previsível, mas emociona

Meu Ano em Oxford, novo filme da Netflix, parece reunir tudo o que um romance precisa para fazer sucesso no catálogo do streaming: duas estrelas do gênero, boa química e uma história que promete surpreender e te fazer chorar.

Mas quem assistiu ao trailer antes do lançamento e viu a informação de que o filme é feito pelos mesmos produtores de A Culpa das Estrelas (2014), sabia que a história provavelmente teria uma reviravolta. Então, eu dei play já a espera de uma tragédia que movimentaria a trama.

Meu Ano em Oxford é uma adaptação do livro homônimo de Julia Whelan, e conta a história da Anna De La Vega (Sofia Carson), que embarca em uma viagem para passar um ano fazendo seu tão sonhado mestrado na Inglaterra. Apesar da grande realização, ela convive com a pressão de ter um futuro estável e uma carreira de prestígio que dê orgulho à família. Portanto, assim que conquistar seu diploma, pegará um voo de volta para casa, assumirá um cargo em uma grande empresa e deixará os estudos de poesia de lado.

Mas antes de dar esse próximo passo na vida adulta, ela se joga de cabeça na experiência de intercambista. E logo quando chega à universidade, Anna conhece e se envolve com o Jamie Davenport (Corey Mylchreest), um charmoso professor de poesia. Ele se torna o guia na cidade inglesa e, apesar da química imediata entre os dois, um grande segredo impede que eles vivam intensamente esse relacionamento.

Com um enredo previsível, Meu Ano em Oxford repete a fórmula que deu certo em A Culpa é das Estrelas e Como Eu Era Antes de Você (2016), mas o romance entre Anna e Jamie não chega nem perto de ser tão memorável quanto seus equivalentes populares nos anos 2010.

O filme, que marca a estreia de Ian Morris na direção, tem uma introdução tão apressada que torna a montagem quase turbulenta. Mas é na segunda parte que o romance desacelera e atinge a carga dramática necessária para emocionar. A partir da revelação do segredo que afasta Jamie das pessoas que ele mais ama, o roteiro de Allison Burnett e Melissa Osborne prova que o clichê bem feito funciona.

Jamie é um personagem que vive como se cada dia fosse o último, sem arrependimento e que nunca perde a oportunidade de saborear a vida. Pela segunda vez, Mylchreest impressiona em um papel que traz reflexões sobre a finitude da vida e a perspectiva de não conseguir vivê-la na intensidade que merece.

Conforme o público descobre os mistérios envolvendo a vida do personagem, a relação do casal perde espaço para o conflito entre o protagonista e o pai, um homem que, apesar de afortunado, não pode proteger o filho do destino que o aguarda. E essa relação conturbada é mais envolvente e interessante de acompanhar do que o romance.

A qualidade de produção se destaca de outros romances da plataforma, mas é a sensibilidade de Meu Ano em Oxford que comove e te prende até o final.

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