Brick (Alemanha, 2025)
Título Original: Brick
Direção: Philip Koch
Roteiro: Philip Koch
Elenco principal: Matthias Schweighöfer, Ruby O. Fee, Frederick Lau, Salber Lee Williams, Murathan Muslu e Sira-Anna Faal
Duração: 99 minutos
Logo de início, Brick se apresenta como uma obra ciente de suas ambições, mas incapaz de sustentá-las ao longo de sua curta duração. Existe, sim, uma faísca interessante na forma como propõe tensionar suas personagens diante de situações de desgaste emocional extremo; no entanto, a execução jamais abraça por completo essa proposta. O filme parece relutar em mergulhar nas próprias possibilidades, preferindo um caminho apressado que prioriza a ideia de impacto superficial à construção de um verdadeiro drama.

A narrativa até ensaia um mergulho nas dores e traumas de quem ocupa o centro da história, mas logo retrocede, tratando protagonistas e coadjuvantes quase como peças de um tabuleiro que são usadas apenas até perderem a serventia. Falta ao filme justamente aquilo que poderia torná-lo singular: um olhar atento ao que acontece dentro de cada personagem quando a pressão se torna insuportável. Sem isso, tudo soa passageiro e descartável, como se o sofrimento exibido servisse só para mover a trama de forma rápida.
É impossível não perceber que Brick nasce de um cálculo para dialogar com dramas recentes que exploram o estresse juvenil, mas parece ter chegado tarde demais. O que em 2020 poderia soar provocador, hoje parece apenas mais um eco desgastado de algo que já foi dito e de forma mais sincera e elaborada. No fim, resta uma sensação de apatia: há ali um argumento que poderia render, mas que acaba soterrado por uma direção que trata personagens e conflitos como pretextos, não como matéria viva de cinema.